segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

EXPEDIÇÃO CCABP-MARROCOS 2008

Mais uma Páscoa mais uma viagem ao nosso sempre querido e estimado Marrocos. Lançado o repto ao pessoal, eis que rapidamente surgiram onze pessoas interessadas na odisseia., entre as quais seis "pagaistas" e cinco acompanhantes. Rafael Figueiredo, Luís Quilhó, Pedro Santos, Paulo Pereira, Pedro Pereira, Ricardo Inverno, Fernando Ferreira, Cláudia Sá Ferreira, Susana Vieira, Stefania e Alexandra puseram-se a caminho de Tarifa na madrugada de 14 de Março com a finalidade de passarem bem cedo o Mediterrâneo e assim chegarem ao Norte de Africa na manhã de sábado. Depois de muitas e habituais peripécias na fronteira existente em Tanger, o destino certo e sabido seria Chefchaouen.



"A caminho de Chefchaouen"


Esta cidade marroquina é conhecida pelas suas casas com paredes em azul-marinho, pela sua beleza na zona antiga e principalmente pelas suas especiarias. Esta última razão foi precisamente o que nos levou a uma vez mais visitarmos este local. Com os carros carregados de água e comida só nos faltava mesmo algo para temperar os nossos cozinhados de uma forma harmoniosa e tradicional segundo as origens berberes.

"Chefchaouen, a terra das especiarias divinais"


Compras feitas, barrigas cheias de espetadas de borrego e de chás de menta é hora de nos metermos à estrada em busca do primeiro spot para pernoitar em Marrocos. Quanto à direcção a tomar não haviam duvidas, a floresta dos cedros era o nosso destino. Ela simboliza ao mesmo tempo descanso merecido, rodeado de natureza, e proximidade a um dos primeiros grandes objectivos da viagem: navegar o rio Rbia. Com efeito, depois de uma magnífica soneca e de uma visita aos cedros do Atlas chegamos às famosas nascentes de Rbia. Estas nascentes são antes de mais um local de romaria por parte das gentes da terra e de turistas ávidos por beberem um belo chá e de comerem um tajine nas "palhotas" edificadas nas margens do rio.




"Nascentes do Rbia – Rio e comércio"


Para nós um chá é sempre algo que não se pode recusar, quanto ao tajine o caso muda de figura. Eram mais que horas de nos metermos dentro das barcaças e descermos o rio até à ponte de Tanefnit. Aguardavam-nos 11 Km de classe IV com passagens de IV+ e uma V, com um tempo estimado de quatro a cinco horas. O tempo estava brutal, o rio estava com um caudal xuxu, a hora de entrada já era comprometedora, ou seja tudo para ser um dia igual aos outros com pura diversão e um bocado de "remanço" nocturno.

"Rio Rbia – Caudal Impecável"



" Rio Rbia – Local de entrada"


Entre o inicio e a primeira ponte sobre o rio destacam-se alguns rápidos de classe IV-, com rolos cinco estrelas e manobra, e uma passagem muito feia sensivelmente ao km três que no nosso entender é um V ou V+.


" Rio Rbia – Rafa no motocross"



" Rio Rbia – MaiNovo a controlar"




" Rio Rbia – MaiVelho na descontra"



" Rio Rbia – Quilhó a analisar a trajectória"


Sem duvida que esta primeira parte do percurso é um bom aquecimento para o que vem depois da primeira ponte até à saída. Uma equipa forte com um caudal porreiro despacha esta secção em pouco mais do que uma hora. Caso levem pessoal que não esteja muito à vontade em remar classe IV então contem com duas horas e coloquem uma viatura nesta ponte do meio – atenção que o caminho do rio até à estrada ainda custa nas pernitas :)



" Rio Rbia – Bica a mostrar komé"



" Rio Rbia – Ricky a fugir ao bicho mau"



" Rio Rbia – MaiVelho na descontra II"




" Rio Rbia – Rafa depois do rápido feio"


Primeira parte concluída é altura de seguir para o troço mais motocross. Várias passagens de IV e algumas de IV+ surgem-nos constantemente … e até uma futura barragem nos aparece no caminho. A moral desce um bocado pois apesar de nos estarmos a divertir imenso nas nossas mentes a ideia que pode ser a ultima vez que estamos a remar este troço começa a ganhar consistência. Analisando superficialmente a comporta ficamos com a ideia que poderá haver esperança pois no meio daquela parede de betão existe uma passagem, tendo nós passado pela mesma sob o conselho de alguns operários que nos diziam que era na boa mas com um sorriso que transmitia: "vá lá, fica lá no rolo para vermos espectáculo". Queriam mas nada feito, o grupo mamou o rolo, acenou para a rapaziada trabalhadora e siga que já se faz tarde.


" Rio Rbia – MaiNovo no Paraíso :) "




" Rio Rbia – Quilhó a estudar a linha"




" Rio Rbia – Bica numa de industrial"


Depois das obras o Oued Rbia continuou a deslumbrar, especialmente a ultima passagem marcada que fica a 1 km do final do troço. É uma passagem cega, principalmente de noite (lol), que pode ser descrita como um rápido com uma forte pendente com corrente por vários lados e com um salto para um rolaço na parte final. A sua identificação é fácil pois trata-se de uma passagem de class IV+ e fica a 100 m de uma ponte muito esguia. Infelizmente as imagens só mesmo na nossa cabeça pois a luz que existia nem para ver dava quanto mais para tirar fotos.

Orait !!! Um já morava na contabilidade. Era hora de nos fazermos à estrada para procurarmos um novo sítio para bezerrar. Destino ? O mais próximo de Beni Mellal pois tínhamos de conseguir a licença para navegar o Oued Ouzoud senão o Ricky nunca mais se calava. Depois de umas horitas a guiar encontramos um spot plano com relva. Parecia ideal para uma noite de kopos a ouvir os Terríveis Irmãos Pereira a cantar e a declamar poesia ao som de umas guitarradas. Parecia ideal e sem duvida que o era, pois na manhã seguinte o cenário onde tínhamos colocado as nossas tendas era impressionantemente lindo. Sem exageros !!!


" Hotel de Luxo – Mai Nada"


Pequeno-almoço tomado, automóveis carregados, mapas estudados, …, fizemo-nos à estrada em busca da adorada e detestada licença para o Ouzoud. Além desta autorização tínhamos também a missão de encontrar um pneu para a C4-Picasso, já que na primeira noite um buraco tinha implicado um rebentamento, e árdua tarefa de adquirir um saco de cama para uma das meninas que achou por bem deixar o seu em solo português. Assim sendo, três carros, três grupos, três missões distintas e … voilá, a mais importante foi a mais bem sucedida. A licença estava em nossa posse. Se houvesse água o percurso mais difícil de remar em Marrocos estava ali à nossa mão. Porém já era tarde e nesse dia tornava-se complicado chegar às cascatas, descer o rio e sair ainda de dia. Nan … vamos deixar isso lá mais para o fim. Siga para o plano B – SUBIR O TOUBKAL. Nem ai nem ui, apontar baterias para Imlil de modo a negociar toda a logística com o objectivo de alcançar o pico desta emblemática montanha com 4167 metros, entre os quais 1000 metros são palmeados em neve …

PUMMM !!! OZABRE !!!!!

Outro pneu rebentado. Agora era o da Fiat. Xiça !!! Isto começa a tornar-se complicado. No stress, há jolas frescas, um macaco e um pneu sobresselente. Toca a beber uma enquanto mudamos o cujo dito. Pensávamos que era fácil? Pois pensávamos. Não contávamos era meter o pessoal do tasco mesmo à beira dos carros a beber connosco e a gritar motocross com uma genica brutal. Claro que houve logo festa.

" Mais um furozito a ajudar na alteração de planos"


Abraços e beijinhos que ainda temos de passar em Marrakech para tentar comprar dois pneus. Caso mais algum estoire estamos tramados. Missão cumprida após um enorme esforço de não levarmos com montes de carros e motas em cima. Será que estavam contentes por nos verem ? Não sabemos. Temos é a certeza que quase todos pareciam que nos queriam acertar, nas rotundas então é "um vê se te avias".

Imlil estava a menos de uma hora. Tínhamos ainda que tentar arranjar local para dormir, negociar crapons e mulas, e obter várias informações. Não foi necessário procurar, o Mohamed encontro-nos num ápice. Depois de tudo negociado e de uma noite bem dormida, subimos até ao refúgio que nos iria abrigar durante as horas que antecediam à grande subida. Foram três horas e meia para subirmos dos 1250 aos 3200 metros, sempre a acompanhar um rio que insistia em assumir o protagonismo da caminhada.


" As mulheres da expedição na caminhada"




" Vale do Toubkal junto ao abrigo"


Ao princípio da tarde uma parte do objectivo estava cumprida. Tínhamos conseguido chegar ao abrigo e tal como queríamos ainda nos restava muito tempo para nos preparamos para a seguinte jornada. Uns decidiram entregar-se aos chás, outro optaram por uma bela soneca e os restantes mergulharam numa onda de desespero já que os crapons que nos alugaram eram uma real MERDA. Com a ajuda de um pessoal do Porto pertencentes ao N-Aventuras, lá conseguimos minimizar os problemas e as esperanças começaram a aumentar. Só as esperanças, que os crapons eram os mesmos !!!

A seguir a uma refeição no mínimo caricata em que acabamos a discutir com meia dúzia de Marroquinos sobre a quantidade, a qualidade e o preço da refeição, dedicamo-nos ao leito até às cinco da manhã, já que passado uma hora seria a altura indicada para atacar o cume da montanha. E assim foi, por volta das 6h00 da madrugada lá fomos nós no meio de um grupo de Espanhóis com os nossos crapons de baixa categoria. A meio da subida o Bica e o Rafa decidiram que aquilo não era para meninos e destacaram-se do pelotão, ficando para trás o Quilhó, o Pereira MaiNovo, o Fernando e o Ricky. Com meia hora de diferença eis que todos atingiram o local desejado à dois dias. Estávamos juntos num dos pontos mais altos de África. Com um frio horrível resultante da neve e vento que se fazia sentir, mas estávamos lá. Único comentário possível: " Que cenário brutal"



" Toubkal – Bica e Rafa"




" Toubkal – Quilhó, Fernando, MaiNovo e Ricky"





" NO COMENTS"


Dez minutos. Dez minutos foi o tempo que conseguimos ficar neste pico a tirar fotografias e a apreciarmos a vista. Dez minutos que pareceram uma hora, tal era a intensidade da energia de tudo o que nos rodeava. Ainda tínhamos duas horas de descida até ao abrigo e quatro até Imlil. Queríamos fazer tudo de dia com o intuito de nos dirigirmos ao vale do Nfiss. O rio Ourika tinha saltado fora dos nossos planos pois o caudal do mesmo estava muito baixo, isto segundo os guias que fomos encontrando nesta ascensão. Todos eles sugeriam que apostássemos no rio Nfiss. Já tínhamos a informação que era um dos mais belos de Marrocos e com estas sugestões não havia nada a fazer. O destino estava traçado, rumar a Tizi-n-Test e esquecer o Ourika.

O que inicialmente parecia ser uma viagem curta e simples tornou-se numa penosa procura de um local para acampar. Depois de algumas horas de subidas e descidas encontramos outro spot magnífico. Abrir tendas, descarregar carros, preparar comida, fazer uma fogueira com a ajuda de um pessoal local, refrescar umas cervejolas e eis que num instante estávamos praticamente todos a comer uma bela feijoada à portuguesa. Uns dedos de conversa entre umas cervejas e/ou uns copos de vinho, e toca a dormir que amanhã temos nova missão.

Sete e meia da manhã. Hora combinada para os kayakers e o seu compincha Fernando se erguerem, tomarem o pequeno-almoço e fazerem-se à estrada em busca da entrada e saída do Oued Nfiss. O resto da matilha podia ficar mais um bocado na soneca pois tinham traçado um dia tranquilo de passeata. A saída era numa ponte muito tradicional na vila de Mouldikht, local muito engraçado e habitado por pessoas cinco estrelas. A chegada de carros estrangeiros com kayaks foi o suficiente para montes de curiosos pararem com as suas lides e virem ao nosso encontro para nos ajudarem. Se a terra onde acabaríamos a descida já nos surpreendeu pela amabilidade dos seus habitantes, o que dizer do local de entrada. Ahrbar é uma pequena aldeia a praticamente uma hora da estrada de alcatrão mais próxima mas situada num local paradisíaco. Também aqui a nossa chegada não foi discreta, pois para além de várias crianças também os adultos nos abordaram com a finalidade de perceber o que se passava naquele local tão longínquo. Só para ilustrar a simpatia destas gentes, o médico da zona, que falava fluentemente francês e inglês, ofereceu-nos poiso na sua casa e caso tivéssemos algum problema no rio tínhamos ali quem nos auxiliasse. Soberbo !!!! Incrível a humanidade que se transpira em terras com tão pouco luxos !!!!


" Rio Nfiss – Vá lá Ricky. Esquece o Toubkal"




" Rio Nfiss – Populares curiosos na entrada"


Sobre o rio o que dizer ? Como dizem os mais românticos: Lindo de Morrer. Começa em Ahrbar e segue durante metade do troço em classe III+ ao longo de uma paisagem brutal de natureza xistosa. Nas suas margens podemos ir observando várias árvores seculares e algumas kasbah - casas feitas da terra que facilmente se camuflam na paisagem que as rodeia. A água é do mais limpo que podemos encontrar, tipo rio Olo, e corre com uma velocidade muito agradável devido à constante pendente que o percurso tem.


" Rio Nfiss – Sempre a descer até Mouldikht"



" Rio Nfiss – Bica a desfrutar da classe III+"



" Rio Nfiss –Continuamos a descer até Mouldikht"


Sensivelmente a meio do troço tudo muda. Tudo menos o facto da paisagem ser genial. Porém as pedras passam a ser rosas, granito rosa, e os rápidos passam a ser de classe IV e um de IV+. Ficamos com a sensação que alguém mudou o cenário. E que cenário. A navegação passa a ser mais entusiasmante e durante algum período não ligamos muito à natureza que nos rodeia. Somos nós, os rápidos que se atravessam e os vários curiosos que nos apoiam e ajudam a retirar árvores permitindo-nos assim fazermos as trajectórias mais complicadas. Impecável !!!



" Rio Nfiss – Rafa debaixo de uma das várias pontes"




" Rio Nfiss – Bica num dos primeiros rápidos rosas"




" Rio Nfiss – Rafa a fazer a sua linha"




" Rio Nfiss – Mais uma ponte antes do rock´n´roll"




" Rio Nfiss – Bica a "giclar" por cima de um rolo"




" Rio Nfiss – Quilhó a treinar a sua técnica"




" Rio Nfiss – MaiNovo a usar as pedras em seu benefício"


Após esta zona "cor-de-rosa" o rio volta a abrir e voltamos a ficar boquiabertos com a paisagem que o Nfiss nos oferece. À medida que nos aproximamos do fim o vale vai mostrando a sua dimensão e da grandeza das montanhas que o rodeiam.


" Rio Nfiss – Ricky a sair da pink zone"



" Rio Nfiss – Vale do Nfiss"






Com uma navegação calma e divertida em classe III/III+ terminamos a nossa jornada nesta zona de Marrocos. Depois do rio ainda nos aguardavam dez minutos a carregar os kayaks pelo meio de Mouldikht até uma zona segura para os veículos nos resgatarem. Caso tivéssemos jipes esta situação poderia ser diferente pois estes poderiam ir à vontade até às margens do rio.





" Rio Nfiss – Foto do grupo sem o Bica"





" Rio Nfiss – Chegada aos carros"


Para aqueles que não foram remar esta aldeia brindou-os com uma experiência inesquecível, pois enquanto os "pagaistas" trocavam de roupa e arrumavam o material no carro, o resto do grupo participou numa troca de oferendas e de costumes com a população local. Pelos relatos, a simpatia dos habitantes de Mouldikht foi deveras impressionante. Para as crianças o auge foi atingido quando das mãos do MaiVelho saltou uma bola toda xpto para oferecer à rapaziada. As despedidas fizeram-se com a um agradecimento muito sentido por ambas as partes e com a mão no coração por parte de alguns jovens. É impossível descrever este tipo de experiências. Só mesmo vivendo é que se sente a sua intensidade.

Seguindo o nosso caminho apontamos para uma das pérolas de Marrocos, o famoso rio dos tobogans e saltos – Oued Ouzoud. Já tínhamos as licenças para o navegar, só faltava ter o caudal suficiente e preparar a logística das entradas e saídas. Entre nós e o concretizar de um sonho ainda havia um belo bacalhau à lagareiro para se comer. Parecia de propósito mas não foi nada intencional, tudo o que era melhor deixamos para o fim. Fez-me lembrar aquele vício de puto em que num bitoque primeiro voava o arroz, o ovo e as batatas fritas guardava-as para o fim. Voltamos a encontrar os nossos "professores" de progressão na neve já que este trio do Porto aceitou o nosso convite para passarem a sua última noite em Marrocos connosco a beber umas bujas e um vinhinho tinto nacional. Maravilha.

Eram sete e meia quando o nosso despertador-môr lançou uns berros para os pessoal se levantar. Tínhamos ainda de analisar a cotação de uma logística feita com mulas no fim do Ouzoud para compararmos à hipótese de ainda navegarmos o rio Abid até Tabia (8 km de classe II e III). Não foi preciso muito para percebermos que íamos gastar uns trocos, para além do que tínhamos despendido na licença, já que a aldeia de Tabia fica a 60 ou 70 km de carro em que 40 são percorridos em terra batida. OZABRE, Kaga Lá Nisso !!! Pagamos a um bacano e subimos os kayaks de mula. Gastamos uns trocos valentes mas poupámos umas belas horas de transfega.
Ainda era cedo quando nos fizemos ao caminho. Quando percebemos que tínhamos de carregara os kayaks até à entrada do rio até sentimos o sangue a ferver. Esperavam-nos uns bons minutos a descer a pique umas escadas pelo meio de tendas de negócio e turistas por todos os lados. Bocas ? Claro, as do costume. "Porque é não entram na parte de cima e fazem as cascatas". Mais uns a querem sangue. Afinal não é só em Portugal que o espírito dos noticiários da TVI se encontra por todos os lados. Com paciência lá chegamos ao spot. As cascatas são sem dúvida um excelente cenário para qualquer canoista entrar neste rio.

Depois é o que as fotos vos mostram. Pura diversão num rio que só a qualidade da água é que deixa muito a desejar. Não fosse isso era praticamente perfeito. Deixamos as imagens falarem por si.


" Rio Ouzoud – Foto de grupo"





" Rio Ouzoud – Inicio com uma portagem manhosa"





" Rio Ouzoud – Ricky num dos primeiros saltos"





" Rio Ouzoud – MaiNovo num passagem técnica"





" Rio Ouzoud –Ricky num apoio descontraido"






" Rio Ouzoud –Quilhó num salto de equitação"





" Rio Ouzoud –MaiNovo a experimentar novas sensações"






" Rio Ouzoud – Bica a testar a sua técnica de mergulho"





" Rio Ouzoud –Bica noutro salto"




" Rio Ouzoud – Rafa sem stress´s"





" Rio Ouzoud – MaiNovo … ui ui donde é k isto veio ?"


Apesar de ser um rio de saltos e escorregas, rápidos com alguma técnica também estão presentes. Pelo menos três passagens de classe IV obrigam a uma análise mais cautelosa e a uma navegação mais concentrada. Pelo meio ainda ficou um rápido possível de fazer mas com tão mau aspecto na entrada que decidimos todos portear. É opinião geral que com muito mais água a entrada fica mais acessível mas a saída deve tornar-se também mais "animal". Não sabemos. Só mesmo vendo.

" Rio Ouzoud –Rafa a navegar um dos rápidos técnicos "




" Rio Ouzoud – Bica numa saída acrobática"




" Rio Ouzoud –MaiNovo … sem espinhas "




" Rio Ouzoud – Ricky … essas mãos na pagaia"





" Rio Ouzoud – Quilhó na maior"

A jóia da coroa estava ainda por chegar. Um tobogan vertical com aproximadamente 9 metros esperava-nos sensivelmente a meio do rio. Já tínhamos lido da existência do mesmo, e segundo essas informações a altura deste ultrapassava os 9 metros. A nossa opinião é que se essa fasquia apesar de andar próxima não é a correcta. Seguindo para o que interessa, ali estávamos nós prontos a escorregar uma das passagens mais badaladas deste rio. Brutal !!! É claro que a atitude só podia ser uma …. Siga Siga !!!


" Rio Ouzoud – MaiNovo com o coração ao rubro"




" Rio Ouzoud – Bica a entrar como mandam as normas"





" Rio Ouzoud – Ricky à espera da chapada final "





" Rio Ouzoud – Quilhó a preparar posição final"




" Rio Ouzoud –Rafa a escorregar na descontra "





" Rio Ouzoud – Rafa visto de ouro ângulo"





" Rio Ouzoud – Este ninguém nos tira. Karagu !!!"


A caminho do final ainda tivemos tempos de fazer mais umas passagens bem divertidas e completamente limpas na recepção. Aliás convém salientar que maior parte destes saltos e tobogans têm recepções completamente limpas. Existem duas ou três com batentes mas nada que não se possa evitar escolhendo outras linhas.


" Rio Ouzoud – MaiNovo de volta ao parque de diversões"


" Rio Ouzoud – Quilhó pronto para mais uma batalha"




" Rio Ouzoud – Bica … eu hoje furo tudo :-)"


Para alguns de nós a passagem mais bonita do rio ainda estava por chegar. Tratava-se de uma passagem tecnicamente exigente em que depois de uma entrada com manobra tínhamos de aguentar a imersão a que estaríamos sujeitos até submergirmos um pouco mais à frente. Nada de outro mundo mas bastante divertida e a exigir muito mais concentração do que o resto do percurso – classe IV com esta água.


" Rio Ouzoud – Rafa a tentar manter a cabeça de fora"




" Rio Ouzoud – Ricky pronto para desaparecer "





" Rio Ouzoud – Quilhó na foto rainha da expedição "





" Rio Ouzoud – Bica visto do céu"





" Rio Ouzoud – Ricky de outro ângulo "





" Rio Ouzoud – MaiNovo … este é o meu dia !!!"


Mas como tudo o que é bom este rio também tinha um fim. Abandonamos o rio antes da passagem que se portea devido à existência de um mega sifão – isto segundo as informações que circulam na net. Á nossa espera lá estavam as desgraçadas das mulas. Para todos nós foi algo que nos marcou. Percebemos que a nossa decisão de poupar 8 km de classe II e III implicou algum sofrimento a uns animais que nada tinham a haver com o caso. Da próxima vez a opção será seguir até Tabia, não cooperando assim com este tipo de situações. Existindo alternativas é escusado.


" Rio Ouzoud – Mulas a trabalharem para ganharem o dia "




" Rio Ouzoud – Parque de Campismo do Ouzoud"



Carros carregados, barriga cheia e cervejola a refrescar, eram horas de nos fazermos à estrada para a última noite em Marrocos. O plano já há muito que estava traçado, íamos "desbundar" para a praça principal de Marrakech. Depois de vários dias de natureza e calmaria, o grupo apostava numa noite de confusão, comida e animação nas ruas de uma das maiores cidades deste pais do norte de africa. Houve quem aproveita-se para ir fazer umas compras, ou para comer uns crepes, ou para beber uns belos sumos de toranja vermelha, ou para trincar uns caracóis com umas jolas bem fresquinhas, ou simplesmente passear … enfim, estava mesmo a acabar. Snifff Sniff !!!



" Marrakech – Cidade para fechar a expedição"





" That´s all folks – Até para o ano "


E finalmente os nossos agradecimentos vão para:


Citroen pela cedência de um carrinha e o aluguer de outra a um custo muito reduzido nas quais carregamos os nossos kayakz;

FIAT pela cedência de uma carrinha que nos transportou a comidinha toda;

Ao povo de Marrocos que uma vez mais nos acolheu de uma forma cinco estrelas tirando o kromo do Mohamed de Imlil – se te apanho no Toubkal … ui ui !!!!

Aos agricultores de Chefchaouen, por uma vez mais terem caprichado na produção tradicional de especiarias. Leia-se quantidade e qualidade.

Ao pessoal da N-Aventuras pelas lições gratuitas no Toubkal. Obrigadão Rui, Tó e Paulo pelo vosso apoio. Vemo-nos no rio para retribuirmos a atenção.

Aos nossos pais por nos terem feito tão porreiros ao ponto de nos aguentarmos uns aos outros sem qualquer tipo de briga ou desatino … eh eh eh.


E ainda:


Obrigado Marrocos por nos mostrares que nem todo no mundo dito evoluído é melhor. Bem pelo contrário. Obrigado por nos ensinares que ainda existe vida em comunidade e com cheira a terra, em que todos valem por um e um por todos.

E por incrível que pareça vivemos num pais durante uns belos dias em que se houvesse a ASAE tudo, mas tudo mesmo, seria fechado … e não morremos nem adoecemos. Voltamos alegres e rosados. Com saudades de voltar lá no próximo ano. Esquisito !!!!


Rock´n´roll prá karola sempre


CCABP – Marrokos Trip Team 2008